Que agitação é essa?
E esse mar agitado; o que está acontecendo?
Esse dia frio; as gaivotas não estão aqui hoje.
Eu sei que o mar quer falar, mas quem entenderá sua voz?
Ouço seu grito quase me expulsando da praia
O som não é claro, mas é o barulho de muitas águas.
As ondas bravias expulsam as embarcações
Mas elas teimam em ficar entre altas e baixas ondas
Já falei para o mar conversar comigo, mas continua
bravio
Se eu pudesse acalmaria sua tormenta
Mas a beleza também está na sua tempestade
O oceano já não cabe mais minha embarcação
Suas águas já não podem mais balançar-me
Meus remos não suportaram suas correntes
O vento me jogou na areia
Hoje fiquei olhando da praia para as ondas que quebravam
Ouço o som que me mantém olhando fixo na imensidão
Lembrando do quão fundo mergulhei
Quanto fôlego eu tinha; eu era jovem
Me contento descontente por não deslizar sobre suas
águas
Mas feliz por não naufragar em suas tormentas
Por sobreviver às suas impetuosas borrascas
Agitado é o vento que me traz o barulho das ondas
Que gritam: “vá”...
mas chora ao me ver partir
Mesmo assim prossigo andando e deixando pegadas
Mas insistentemente vem as ondas e as apagam
Mesmo quando escrevo longe das ondas
Elas sobem durante o dia ou noite e apagam
Contudo no outro dia vem o mesmo vento
Que sopra a mesma coisa
Então eu volto e olho para a imensidão das águas azuis
Ou verdes; não sei.
Eu sei o que você espera de mim
Espera que eu deixe as pegadas e os escritos na areia
outra vez
Para que dançando no quebrar das ondas, possa apagá-los
O pôr do sol anuncia minha ida
Mas no dia seguinte, a praia está pronta para ser
marcada outra vez
Então o vento grita novamente o barulho das ondas
bravias
Que se acalmam com o passar das horas
E novo dia vem
Para que eu possa deixar minhas pegadas outra vez.