segunda-feira, 8 de março de 2021

Brilha o Estribilho

 

Brilha o estribilho de uma canção quase esquecida; de estrofes complicadas, sem rimas e palavras repetidas.

Ouve –se as vozes roucas, pouco entendidas, que comentam sobre a melodia que um dia foi cantada E impressionava quem aos poucos se atrevia cantarolar um trecho de tal harmonia.

No ritmo que se toca, com perfeição pode ser chamada sinfonia.

As notas que combinam nos tons, formam uma composição de talento que nos toca como o vento, mas começa como brisa e termina em ventania. 

Letra que se encaixa no que traduz a canção. Intérprete vulnerável ao não entender a intenção daquele que pensou até nos arranjos, e que manejando seu instrumento, deu à luz o que gerou o coração. 

Maestro triunfalmente adentrando o concerto; instrumentos que afinados, são tratados com delicadeza, para agora, na hora da beleza, tocar o enredo para a plateia entusiasmada que aguarda a execução.

E agora brilha o estribilho de uma canção quase esquecida; de estrofes compridas, desenhadas na partitura do pianista, regidas por mãos na batuta que autorizam o som que traz vida à canção não mais perdida.

Brilha o estribilho, mas sem as estrofes que dão estrutura, não tem luz por muito tempo, pois do início ao fim do evento, a música que entoa o coro, se aperfeiçoa não em uma frase, mas desde o sinal da clave.

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